Teu coração, bússola antiga,
Sabe bem quem deve ficar,
Quem chega e acende a vida,
Quem vem só para pesar.
Há passos que deixam marcas,
Há outros que somem no chão,
Uns trazem calor nos abraços,
Outros, só fria ilusão.
O tempo desenha verdades,
Sussurra em meio ao sentir,
Quem soma se torna saudade,
Quem fere, aprende a partir.
Escuta o que a alma te conta,
Percebe quem fica sem nó,
Quem brilha sem pedir trocas,
Quem ama sem te deixar só.
Nem todo riso é sincero,
Nem todo abraço é abrigo,
Mas o tempo ensina, severo,
Quem é amor e quem é perigo.
Há olhos que brilham ao lado,
Há mãos que seguram sem soltar,
E há passos que seguem firmados,
Sem medo algum de fraquejar.
O mundo distrai com promessas,
Mas o coração tem farol,
Sabe quem fica nas pressas,
Quem ilumina sem roubar o sol.
Então ouça essa voz tão discreta,
Que sente o que a mente não vê,
Pois quem vale a pena na vida
É quem faz do amor seu porquê.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense