Sonetos : 

Soneto número 2

 
Eis que pela minha boca Lhe peço,
Quando compadecido não me cala,
Porque muito pode cessar-me a fala
Como também pode calar-me o verso.

Em sendo Tu Deus de todo universo
Onde nenhuma ventania O abala,
Sintas lá no etéreo céu o odor que exala
O meu choro tão profundo e disperso …

E vês que em nada ofende simplesmente
As minhas feias letras desnutridas …
De certo não fui eu quem criou o pranto …

Se em meu soluço puro e vagamente
Escrevo minhas dores tão sofridas,
Foi porque tiraste de mim o canto .

 
Autor
pauloroberto
 
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