Relâmpagos,
de palavras.
Campos com vento.
Como lâminas.
Zurzem em anos.
Lateia o cão.
Remexe o procrastinar.
Enquanto, o
gato contrista-se amedrontado.
Tu, no eu.
Estás.
Com os olhos em falésia.
Miram as árvores
– o tojo e a figueira
que te os queimam por não terem flor.
Ficam em ferida. Molhados.
Chegam com as manhãs do idoso raio.
Fazem emergir o zinabre temporal.
Na pela.
Emitas o céu.
Desossas, as tempestades,
e as pedras do coração.
Sentes-te.
Um barco ancorado.
Nas ondas.
Cortadas pelo molhe quebrado.
Sentes o tempo.
Na língua
No olhar.
Com indiferença.
Sem pasmo.
Estás em só solidão.
Acompanhado por dois rios.
Que correm em lentidão.
Zita Viegas