Poemas : 

O Último Grito do Amor

 
Open in new window
O Último Grito do Amor

Lábio, vem no teu último grito de guerra,
na loucura de devanear.
Sabia do amor ao abrir-se a janela,
a fuga da luz para as sombras da terra,
e a penumbra espreita as raízes, a paixão,
sob a luz do luar.

Do riso agudo ao cume do penhasco,
as pedras que rolam no chão,
as palavras caladas, mãos inquietas,
densas cercas do abandono...
Nunca mais a tomarei em meus braços,
nem ao final deste outono
poderei tocar tuas mãos.

A pele risca — como sabes, é chegada a hora.
Se toda a dor que a gente sente
é a mesma que, de repente, não fica,
mas cuja semente insiste e não vai embora.

E se não sabe por que chora,
um choro convulsivo, febril e doente
balbuciando palavras eloquentes,
pois ainda é viva a paixão de outrora.

Porem a tristeza ecoa neste último grito;
ninguém diga que exorbito.
Na dor da pele arrancada pelo vento,
hão de escutar os lamentos
a romper as barreiras do infinito.

Alexandre Montalvan

 
Autor
montalvan
Autor
 
Texto
Data
Leituras
59
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.