Poemas : 

Encomenda

 
Tags:  poesia social  
 
Onde eu pinto o meu e digo que é o seu retrato
Dois mais dois não é igual a quatro.
As operações dessa matemática
Desdobram-se numa sacola elástica.

Tudo cabe na sacola que enrola.
Tudo cola na vida que vigora
No barzinho da dona Aurora.
Os valores vivem de esmola.
Deita e rola o menino dono da bola,
Joga falso e fato num balaio
E a distinção depende de um ensaio.

O fato está fora da barriga.
O falso está em tudo, está na briga.
O fato virou comida.
A ração expulsa a razão da avenida.
A vergonha está em seu fim de vida
No barzinho da dona Aurora.
O fato está à venda.
Na prateleira, o fato atende à encomenda.
A barriga está rasgada, as vísceras estão expostas.
O ar está cheirando mal no barzinho da dona Aurora.

 
Autor
magnoerreiraal
 
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