Vale o valor que vale na arapuca armada.
No vale tudo, que não vale nada,
Vale tudo a favor da peça encenada.
O vale tudo deixa a água enlameada.
Na arapuca armada tudo é quase nada se não valer o valor que vale.
As águas arrastam muita coisa para o vale.
O vale leva tudo para um fosso infecto.
O valor deixa desvalido o intelecto.
O valor vai invalidando todos os valores.
O valor define o toque, o trote e os sabores.
O valor dá as cartas e descarta qualquer valor
Que não seja o corrente que acorrenta e causa dor.
O valor afaga e afoga, não entrega e cobra
A quem não deve e serve a quem manobra.
O valor leva lava para queimar os valores.
Na terra arrasada o valor passeia em tratores.
No vale do ouro os valores são um jardim,
Sem flores, sem árvores e entregue aos cupins.