Sonetos : 

Soneto do homem proletário

 
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Meu rosto proletário e jacobino
De rugas vai se enchendo tão cansado.
Na fronte, vejo linhas conformado
A perder mais um dia citadino.

Na vida, me impuseram figurino
Que visto só, anônimo e explorado,
Porque não luta o povo alienado
Que um dia quer virar um girondino.

Me empenhei, mas não vi qualquer mudança.
Inútil pareceu todo o ideal
No qual cria repleto de esperança.

Aos poucos, vou chegando ao meu final.
Não posso mais lutar nem ser criança
E vivo eternamente desigual.

 
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Felipe Mendonça
 
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Enviado por Tópico
gillesdeferre
Publicado: 19/01/2025 19:47  Atualizado: 19/01/2025 19:47
Da casa!
Usuário desde: 14/06/2024
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Mensagens: 312
 Re: Soneto do homem proletário
Boa noite
Partilhou de forma bela sentimentos de outros trabalhadores. Difíceis momentos, estes, para os que acreditam na revolução.
Abraço fraterno
Gillesdeferre

Enviado por Tópico
Namastibet
Publicado: 19/01/2025 19:57  Atualizado: 19/01/2025 21:27
Muito Participativo
Usuário desde: 01/01/2025
Localidade:
Mensagens: 54
 Sonhei-me ser proprietário







Sonhei-me ser proprietário,
Mas a vida sonhou-me pobre,
Dest'outro lado da larga
Barriga, a menos farta da vila,

Todavia sinto com convicção
O sentimento de ser dono…
-De uma galinha poedeira,
-Uma coelha prenha, obesa

-Três santos en'madeira nobre,
Meu preferido é o da esquerda,
Mais silencioso e de menor porte

Sonhei-me a ter sorte ao jogo,
Pedi clemência à má sorte





J.S.