No jogo, prefiro as bordas onduladas,
onde o reflexo vacila entre o real e o inventado,
onde o movimento dança no limiar do nada
e o vazio sussurra gestos invisíveis.
Observar não é estar parado —
é mergulhar no interstício das ondas,
um momento em que me desdobro,
não apenas como sombra, mas como brisa,
decifrando ecos que se recusam a ser som.
Aqui, o silêncio não é ausência,
é um labirinto que desenha a minha voz.
Ao tentar moldar-me, o espelho rasga-se.
Cores que nunca sonhei sangram margens.
A luz tropeça e vira sombra;
os contornos dissolvem-se em significados.
E tudo bem —
porque nem toda travessia me chama.
Fico onde as peças são invisíveis.
Sou o tabuleiro líquido,
as linhas que não se deixam traçar.
Sou quem escuta o murmúrio do espelho,
quem sente as palavras que não foram ditas,
quem compreende que o reflexo mais puro
é aquele que se desfaz na leveza do toque.
Aqui estou, onde o vidro se parte
sem ruído, mas com memória.
Não no reflexo, mas na margem,
onde as asas do olhar repousam.
Porque às vezes,
é na curva do espaço
que o movimento inteiro se revela.
Bem-vindos ao meu refúgio, onde desvendo os mistérios da mente humana através da neurociência e da arte da palavra. Sou uma simples pessoa que, nas horas vagas, se torna escritora, explorando o mundo através da observação. Amante das artes e da diversi...