No seu peito renascem dúvidas
Questões que procura saber
O porquê da sementinha ter germinado
Quando na sua fase adulta
O futuro parecia aquiescer.
Necessita estar rodeada de quem lhe estenda a mão
Lhe faça festas no rosto cor da nívea
Protegendo-a dos aligatores humanos
Que lhe fazem escorrer lágrimas por tudo e por nada.
Com o seu olhar suplica um abraço do cosmos
A sorte gira na sua roda a cem à hora
Ao parar verifica o ponteiro que fica no intermédio
Se estende no sofá e cerra as pálpebras
Num sussurro emita o som das guitarras.
O vazio percorre a alma
Que é ligada ao corpo
Que já não se sente interessante
A beleza foi desligada da corrente
Os pântanos da vida lhe cercam
Perdida e sem rumo com remos avança
Na piroga vai olhando para não perder pitada
Esperançosa de um dia sentir-se abraçada
E desejada mais do que nunca.