O odor acinzentado e solto deste vento
Abraçado nas asas dos pássaros loucos
Que voam pelas nuvens sem harmonia
Atira-se qual folhas ao tempo tão lento
Feito de ponteiros trocados aos poucos
E desses sorrisos que no inverno trazia
A chuva era como um rio só e insensato
Sem rumo ou margens para me segurar
Cambaleado nos ecos das suas árvores
Que chorava deitada nesse chão gaiato
A correr e a chover por aqui sem parar
Até que ninguém a visse entre as flores
Eu à janela a ler pássaros teus e meus
Desses que fui escrevendo nuns versos
E que depois cego lia d'algumas pedras
Segui a corrente num acenar de adeus
Só entre dois ou três passos dispersos
E não sei quantas mais paixões vedras
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma