Os lugares onde vivem os homens
Seguem caminhos misteriosos e simplórios
É como se quisessem esconder suas dores
Quando caminham sem destinos por ai
Mas não podem sequer ouvir um barulho
Que já ficam todo atemorizado
Como se fosse um prenúncio do fim do mundo.
A voz que ninguém quer ouvir
É a que ecoa mais alto em nossos ouvidos
É a que perturba nossa mente
Quando desejamos apenas o silêncio profundo
E essa voz é capaz de nos dizer algo
Que não queríamos escutar nunca
Algo que provoca calafrios só em pensar.
O que não podemos ver diante dos olhos
Prossegue infinitamente
Como se o universo conspirasse contra nós
E nos impedisse de caminhar sozinhos
Na direção dos sonhos que acalentamos
Quando estamos absortos em nossos pensamentos
E não queremos viver outra coisa.
Existem os olhares que só enxergaram
Inverdades e fantasias no tempo
E esses olhares não conseguem ver outra coisa
E então nos faz entender o pessimismo
Envolto em camadas superficiais
Difíceis de serem rompidas pela razão
E, por isso, não vale a pena seguir.
O grito secreto dos deuses
Pode ser o destino emaranhado na cintura
O caminho escondido na floresta
Por onde atravessam os peregrinos
É onde eles se escondem para atacar
Os que não param para prestar atenção
Ao som imperceptível da natureza que os cercam.
Uma alma aprisionada em carne
Pode desafiar os mistérios do universo
Mas não pode alterar os desígnios
Já pré-estabelecidos para os pobres mortais
Porque o que segue o caminho errado
Não pode chegar ao lugar certo
Nem descansar de suas duras tribulações.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense