No lugar distante, sob a sombra da queda,
Ecoa a voz do estrangeiro que vela.
Trouxe consigo a peste e o medo,
Um estado de sítio no silêncio mais cedo.
Solidão é sua companheira fiel,
O exílio pinta o horizonte de fel.
O vento carrega lamentos sombrios,
Nas ruas desertas, só ecos vazios.
O que foi um dia um lar de magia,
Agora é palco de melancolia.
Os muros do lugar, outrora altaneiros,
Caem sob o peso de tempos traiçoeiros.
Mas no peito do estrangeiro há chama,
Um lume que insiste, que clama e inflama.
Do caos renasce a força contida,
E da queda, o impulso que salva a vida.
Pois mesmo na peste, na solidão,
Há sementes de esperança no chão.
E o lugar que dorme, um dia desperta,
Com a alma ferida, mas a fé sempre alerta.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense