As incertezas dominaram-me
Sem deixar-me uma saída,
E na penumbra do silêncio
Achei a dor tão conhecida.
Os sonhos de longas noites
Acalentavam minha vida,
Mas ao despertar, rasgavam-se
Nas sombras frias da lida.
Em cada passo, o abismo,
Um eco, um grito, um não.
Carrego a busca incessante
Que me pesa o coração.
Mas eis que a aurora espreita
Com seu toque de calor,
E nas cinzas do meu medo
Brota um lume promissor.
Se as incertezas cercarem,
Hei de enfrentá-las, altivo.
Pois é no caos que se esconde
A essência de se estar vivo.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense