Por que raio
me desmembro
me desintegro
e me renovo a cada dia?
Sempre sobrevivi
Por entre raios e coriscos
Não tem ciúme, nem inveja
Feitiço, ou magia negra
Que roube a minha inocência
O meu propósito neste mundo
Já por cá andei muitas vezes
Vesti de muitas roupagens
Não vejo nada de novo
Já tudo é tão previsível
Não aceito, de jeito nenhum
Perder a minha essência
Sou eu e o universo
Sei da minha intuição
Não vale a pena dizer
O que acham que eu queria ouvir
Se não vier de coração
Em mim, um detetor de mentiras
Não vem não, que eu já fui.
Fernanda Esteves
Setúbal