Neste estranho partir
Perdido e sem abrigo
Os olhares descaídos
Quase prontos a parir
Um amigo sem amigo
Morrem aí renascidos
O tão imortal ciúme
Crava as letras ditas
Na trepadeira viciosa
Regada por azedume
Pelas bocas escritas
Por ti doce mariposa
Esses livros inteiros
Que tu eras e os lias
São fogo sem chama
Sempre os primeiros
Dos beijos que dizias
E enrolavas na cama
Um livro impaciente
Esperou-me o vento
Que lhe vire páginas
Pelo olhar descrente
Um pobre momento
Fazia de si sua sina
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma