Eu diria que tinhas a chave em mão,
Mas nunca precisaste de tal poder;
Teu toque suave, feito de emoção,
Abriu-me a alma sem nada dizer.
Nem tranca ou segredo pôde impedir
A força serena do teu existir,
E mesmo o que temo, ou tento esconder,
Aos olhos teus vem logo a se render.
Foste bem mais que a chave do coração,
Foste o sussurro que aquece e desfaz
A frieza do medo da solidão.
Assim entraste, livre e sem sinais,
Pois no meu peito nunca houve prisão,
Só a espera do amor que dás e traz.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense