Amar na sombra, sem ser percebido,
É dor que a alma guarda em silêncio.
Do peito nasce um pranto tão contido,
Que grita em ecos no espaço suspenso.
Teus olhos busco, mas fogem, esquivos,
Não sabem ler o afeto em meu olhar.
São sonhos mudos, desejos cativos,
Que insistem em nascer sem germinar.
Se ao menos fosse o vento a levar
O que me pesa, o que me é segredo,
Não haveria o que tento ocultar.
Mas guardo o amor em manto de medo,
Pois sei que exposto, ao mundo a vagar,
Será desprezo o que hoje é enredo.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense