[Um tempo para tudo]
Quem dera recobrar a ti, dona consciência
Para retornar a um tempo, que não sabemos
Para relembrar tudo o que não dizemos
Sangrar diante de tudo que não fizemos.
Zombar de macacos que vivem sob suas tendas escuras
Valorizar cada palavra futura
Senhora nostalgia, vive sempre a adornar
Sorrisos do passado tornando-os inapagáveis.
Sob o calor do deserto somos temperados
Sob o frio da nevasca somos inigualados
Dias passados trazem rostos renovados
Marcados, únicos, eternizados.
E o tempo, trouxe um tempo
Para me fazer rir da vida que eu nunca tive
A pureza de uma lágrima
Me fez sentir falta do que o tempo pode fazer.
Nobres serviçais a serviço da mãe poesia
Exigente senhora que procura com ternura
Carcaças de almas nuas, cruas
Para emoldurar belos poemas em valiosas molduras.
Sorrir, chorar, abraçar, queimar
Alma caindo no poço profundo
Refinando os sentidos do mundo
Vivendo o que o tempo diz,
Que há um tempo para tudo.