Poemas : 

múltiplos de dois

 
Prefere o sorriso
fere o aviso
refere.

Cai em abrigo
sai um amigo em defesa
cita.

A memória falha nos dias impares,
deram-lhe um calendário de dias pares.

A espera dá-lhe conforto,
o desconforto do lar.

Conta pelos nós dos dedos no punho
como quem conta os meses de trinta
para saber a quantas anda
para esquecer,

desespera.

Aviva-se a memória e a história,
adora os dias de números primos,
os que não
são múltiplos de dois

ignora porquê...



Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
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