Trago em mim assassinados sonhos
Que outrora minerei em fundos poços
Deles cavava desejos risonhos
Mas hoje resido no fundo desses fossos
Foram-me decapitadas as habilidades
De simplesmente poder ser eu
Já não sei tirar fruto das cidades
E até da mãe natureza já sou ateu
Desprezo agora os prazeres de outrora
Altamente imundo da treva diária
Já espero sentado pela finda hora
Que tenha fim a tormenta arbitrária
Dornelas, Mini-mesa
António Botelho