A ovelha ouve e a mente capta
Distorce-se o dito pelo não dito
E a escrita que esquecida se lê
Põe-se à sombra a mentecapta
Torce-se com esse ar esquisito
De uma lágrima que não se vê
Entra a cem e lá vai a duzentos
Com os ouvidos d'um mercador
Que deles os faz bons e moucos
Exacerbados os verbos violentos
Que surdos lhe coçam tanta dor
E conjugam tempos aos poucos
A arte da soberba fez-se poeta
Bateu com a língua nos dentes
E estridente gritou-nos sem dó
De eco em eco fazia-se profeta
Louca sublinhou que tu mentes
E como veio assim morreu pó
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma