Haja o que houver
Passe o tempo que passar
Não importa
O amor entre chamas gémeas
Por mais que o corredor fuja
De assumir para si mesmo
O que de verdade sente
Insista em te esquecer
Matando um leão por dia
Sejam em tudo diferentes
Te procure noutros corpos
Vá embora de repente
Há um elo azul que os une
E o universo sempre encontra
A forma de os juntar
São amores impossíveis
Dá até para questionar
Porque essa conexão
Se tem de ser proibida
Chegou forte como o vento?
Plantando uma semente
Que um dia vai germinar
E de repente se afasta
Por medo de ser feliz
Com medo de se doar
São paixões que ardem
Sem qualquer explicação
Uma hora queres muito
Logo a seguir é um não
É forte esse sentimento
Tão sem lógica ou razão
Traz muito sofrimento
Rasga ao meio o coração
Nunca se amou a si mesmo
Como vai saber amar?
Não lembra o acordo que fez
Noutras vidas, noutros planos
Nem usa a intuição
Não sabe ler os sinais
Mete a cabeça na areia
Mesmo que a saudade mate
Finge que nunca doeu
É perito em usar máscaras
Com elas se protegeu
Vive em autossabotagem
Não importa a sua idade
Ainda não amadureceu.
Fernanda Esteves
Setúbal