O ilusionista sem abracadabra,
De coelho preso, ao fundo da cartola...
Nem cenoura fará jus à bitola,
Tão pouco ser, das unhas, pé-de-cabra!
Não faz o monge o fraque, sem escola,
Será vã qualquer mágica palavra
E nem de reza aos céus, p'ra que se abra,
Trará o efeito real à vara tola!
Quando a ausência é um chapéu fundo
E a saudade, assaz, ónus mais rotundo,
Não há força que livre o leporídeo...
Sem magia tudo é pura ilusão!
Mágico só será quem, por condão,
O salve, em amor, desse presídio!
17-12-2024