A carne desfiada das tuas letras átonas e servis
Enrolada numa língua pérfida de crítico literário
Conspurcava os dedos sujos com sóbria loucura
A falta de gosto cultural jazia em atitudes pueris
E o silêncio da árvore que te brota do imaginário
Calava para sempre o vento com a sua brandura
E tu assim como eu somos dois ignorantes a sós
No duelar imortal destas palavras desconhecidas
Que brandimos entre as mãos dos nossos irmãos
Poetas e escritores que não se poetam como nós
Ou se deitam em campos cheios de outras vidas
Como as dos sábios que ensinam os sins e nãos
As papoilas vermelhas da primavera que passou
Eram da cor desses cravos chamados esperança
Num verde brilhante desse teu sol também meu
Amanhã o tom pardo do olhar que aqui se finou
Esquecerá que cresceu entre nós dois a criança
E nua a terra que aos meus olhos nunca morreu
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma