Dois Homens E Três Mulheres (Qual é a voz que consente?)-II
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Porque exiges de mim o que não quero dar-te?
em qual instante no minuto deste porquê de causa ausente
me pedes da luz o fim? noite!
apenas uma palavra te rogo, rei!
(dizei comigo)
que é sim, sim,eu sou,que és tu!...
dá-me querido, dá-me ó ser amado, a tua , voz!
num grito, numa canção, num murmúrio, num soluço, salvação!
ah! esse teu silêncio que me mata ao invés do braço, que é meu!
és tu, deles, o judeu?
que esta boca condenada pelos carrus do senado, minha!
que da tua ainda nada escutei que não seja humilde, condição!
se fosses minha mulher coroava-te ao centro, império!
ó sangue da minha cor, amor!
mas não vês que não o posso fazer?
sim, uma palavra, apenas uma moeda murmurada, e a vida te darei, oferta!
ah, querido irmão, retratas-te na minha sentença, poder!
vê que eu sou o que chegou para te levar ...
sem mim o que serias tu,quem serias afinal que és, ao meus pés?
serenemos as multidões, descansemos os corações...
coloquemos um fim a tão triste e sangrenta hora, agora!
Sim, podeis, levá-lo!
Uma árvore enraizada num grão
e três ventanias granuladas
que são o povo
em exclamação
que são na minha mão
a água
em reticências ...
Sommerville, Domingo, 18 dezembro 2011
O Espírito Das Borboletas