Cidades Europeias
A sombra de um certo vulto
Com toda a sua indumentária preta
Vagueia por todos os cruzamentos
Assim que as 24 horas batem nos ponteiros.
Sobrevoa as cidades mais belas
Antigas e europeias,
Onde monumentos maravilhosos e grandiosos pilares
São esplendor ao rubro,
Corações de pedra se comovem com elas
O vulto passeia por entre estátuas e afins
Desenhos e cores presenteiam a sua íris.
Milhares de rostos se reflectem na sua capa
São os espíritos dos obreiros há muito falecidos
Outrora suas peles estiveram negras com tanto pó
Só o sangue transpunha esse espesso pó
A morte se anunciava sem o som dos tambores.
Agora visitam seus palácios, mosteiros e igrejas
Roma será sempre a rainha por eles elegida
Lisboa é a princesa plebeia, pelo povo amada
O príncipe consorte, amado e casado é Londres
Paris é a mais reluzente dama de honor
Todos os príncipes herdeiros brilham em Espanha.
O vulto anseia viver no leito da rainha
Mas não consegue parar de vaguear
Aquelas cidades são de puro-sangue azul
Cada uma é uma bela família real
Ao luar dão passos de dança com fatos de gala.
Hipnotizam os olhos de todos
Colocam trancas em todas as bocas
Exigentes são as pernas que não param de caminhar
Por entre corredores de arte sacra
Todo o espírito se liberta do corpo
Mas é um efeito intemporal, não mortal!
Atrás do sol segue o vulto
Por isso pára mais em Portugal