Qual rosa que definha em solo ressequido,
A alma dorme inquieta, e clama por amor;
No campo do existir, o caule consumido,
E, entre espinhos, aguarda o fim de sua dor.
Em cada pétala há um sonho já perdido,
No sol da manhã, sem orvalho e sem frescor;
O coração pulsa, soluço jaz contido,
Sem a antiga púrpura, sem o seu vigor.
Se a noite a atormenta, mil sombras de abandono,
Vento seco castiga, em agreste acalanto;
Ela persiste florescer, vencendo amargo sono.
Se no jardim a chuva e a lama são de pranto,
Os sonhos criam raiz profunda a cada outono:
Renasce linda rosa, mostrando seu encanto.
Souza Cruz
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