Em sonhos vãos, o tempo já passado
persiste e turva a vista do presente,
Enquanto a alma, inquieta e impaciente,
revive cada instante, já guardado.
O futuro, mistério não chamado,
projeta suas sombras, torna urgente,
E entre ontem e o amanhã, eternamente,
o agora segue negligenciado.
Como viver o instante que não dura?
Quando memória e sonho, em seus extremos,
Disputam nossa frágil aventura?
No presente que somos o que temos,
Mas preso entre o medo e a desventura,
O tempo real não desperdicemos.
Souza Cruz