Sonetos : 

Soneto do coração desventurado

 


Meu frágil coração desventurado
Não suporta sozinho sofrer mais.
Quer deixar de bater descompassado
E vibrar feliz, livre dos meus ais.

Meu pobre coração angustiado,
Que pulsa sem alívio ou qualquer paz,
Não consegue esquecer do meu passado
Que o rasga terrível e contumaz.

Não há para si bula ou medicina;
Assustado ele me vem logo à boca
E da aorta sinto no peito a ruína,

Pois nada o deixa leve e eternecido
E, perante essa vida muito louca,
Em pânico, dispara enlouquecido.

 
Autor
Felipe Mendonça
 
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