Nasce o primeiro amor como alvorada,
Tinge o céu, aos poucos, em tons carmim.
No peito, a chama branda e delicada,
Deixando a cicatriz em seu jardim.
Tatuagem viva, esculpida em brasa,
Gravada pelo tempo em cor de ardor;
Reluz em cada sombra que se atrasa,
Nos traços imortais do seu fulgor.
Outros amores, igual vagalume,
Dançam pelos ares, frágeis lampejos,
E partem, sem deixar qualquer perfume.
Mas tu, primeiro amor, és mais que ensejo:
És pedra eterna em meio aos queixumes,
Guardado em meus silêncios e desejos.
Souza Cruz
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