Poemas : 

Sementes de dezembro

 


Igual a tantos dias em que passas

alheio ao nevoeiro

ao grito do chão que piso




sempre maio dentro de ti

o café da esquina já perdeu o nome

e a luz mortiça a vir lá de dentro




e a minha cabeça a ser a luz que vem lá de dentro

as vozes a esvoaçarem

a serem só uma

ou duas

todas as certezas em que eu me dividia.




Eu só queria um destino com o sol a pino

agarrei dezembro numa lareira de

cinzas apagadas




não estou a chorar

só queria ter algumas sementes guardadas

um punhado de terra

e um sol a pino

para as germinar.




 
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idália
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