Despe-me mas tem calma
Há material de onde esse veio
Depois, fico sem alma
E peço-te o recreio
Despe-me mas com calma
Deves ver pra onde vai
Se perco a calma, fico sem alma
Só deus sabe onde a terra cai
Despe-me mas devagarinho
Há material inflamável
Onde existir um cantinho,
enrosca-te de mansinho
Sê o mais desejável
E se ao fim do mundo chegares
Saberás que lá passei
Despiste-me de todos os olhares
Que ao me lavares
Não sabemos o que serei
Flávio Miguel Pereira, poeta