há uma esperança verde
caule a debulhar em brotos
treme-se das pestanas à primavera
como quem namorisca os sapos
já pisca ao sol, mas também reza à chuva
miudinha de ser água intrometida
agarrou-se à terra com todos os caracóis
e embrulha-se já em cachos pelos braços
aspirante risonha de céu acima
lá vai fazendo cócegas às nuvens tímidas
até que pinguem dos sorrisos
haverá tempo de crescer vagarosamente
enquanto conta piadas à luz dos dias
ao ritmo de quem sabe amadurecer
afinal, pensar demais bloqueia o gozo de viver
e a demanda é não pensar
até à frescura agradecida
de ser a mais apetecível
22-11-2024