Onde estás? Oiço, mas não entendo Não te vejo, não te toco Foste para demasiado longe, lugar incógnito, bravio, maldito e maléfico Pois se te prendem e às algemas juntaste a comiseração e a descrença O esconderijo é fluido, flutuante, fugaz
Perdes-te na escuridão de uma prisão desconhecida Afogas-te, mas não Afliges-te, mas não Afleumas-te Se te encontro, hei de abanar teus braços, teu rosto És o lugar onde os meus sonhos habitam Dormes acordado e quero-te Já, agora
Ressuscita, meu amigo de beijos longos Acorda, meu coração em pedaços Levanta e levita, Lázaro dos vivos Vê-me, olha-me; não notas a minha deficiência denota o que falta, o que me incompleta, um puzzle que construíste
Quero falar-te e não consigo Quero beijar-te e não te alcanço Quero morder-te mas a tua pele fugiu Quero amar-te mas não te lembras de mim
Resta-me chorar-te, recordar teu sabor agridoce Ser a fome a que me obrigas O escuro que me queres dar
Não se faz, rompes assim a minha pele rasgas meus lábios de dor ignoras-me com passiva consciência
Não vês que lagartixa serei se me tiras tudo? Volta Quero ser mulher outra vez
I got that feeling That bad feeling that you don't know(Massive Attack)