Poemas : 

Testamento (46° Poesia de um Canalha)

 
A faca afiada de três gumes que recorta a letra
Com dois dedos de conversa perdidos na mesa
Em redor de um copo meio vazio de vinho tinto
Vai suave na última página que o olhar penetra
Acutilante e sagaz como acrobata com destreza
A esvoaçar nos céus puros d'um circense recinto

O opulento verso aí recitado cheira a reticências
Deixa tudo numa rima de nós, contigo e comigo
Desejo incapaz de se amar em tempo de guerra
Desabrocha destas mãos em doces experiências
Espalha-se pelo chão adormecido no peito amigo
Onde em estranheza e por ódio a faca se enterra

O relógio que ainda não parava em longo caminho
Acerta os ponteiros com os nossos torpes passos
E sedento quer conhecer-te aí ou encontrar-te aqui
Sentou-se num beijo onde se deixou sossegadinho
A contar-te duas palavras escritas em tons bassos
E a outra meia dúzia de esquecimentos que perdi


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
Autor
Alemtagus
Autor
 
Texto
Data
Leituras
20
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.