Querida Gaveta Falante
Me sinto como uma casa ruidosa, dona de uma inconstância singular. Cheia de fases como a lua, difusa. Há também em mim, impressa em minha carne, pele, em meu íntimo, todas as vozes do mundo, todos os sons me permeiam. Eles me libertam e ao mesmo tempo, me aprisionam ardilosamente.
Os dias, as horas e o tempo que retiram de mim, por vezes a busca, que cortam a minha pele branca de forma linear, são afiados, e desafiadores. E vão me marcando a pele numa escrita imperfeita cheia de erros.
Há dias assim, me sinto partida, sou partida, partes de mim. Do outro, parto. Partimos, de nós, desatamos.
De tudo, no fim, só temos o olhar, tudo se tornar olhar, frio ou terno, letárgico, semelhante ao sono profundo.
Por Chris Katz - Donzela do Gelo
Sou Mundos!
Chris