Isolo-me nesta sala quase vazia
Alimento-me desta sensação
Quem me olha é na afasia
Luz apagada no vácuo da escuridão
Os amigos que tinha deixei de ter
As rotinas que tinha abandonei
Pouco ou nada saio pra não ver
O que poderia fazer mas já não sei
A solidão é a minha sorte
A salvação do que consigo agora ter
Mas receio que possa ser a morte
Sinto que deito tudo a perder
Mas de outra forma não consigo
Da solitude como em compulsão
Tenho só o síndrome como amigo
Tornei-me invisível entre a multidão
Dornelas, Mini-mesa
António Botelho