Eu hoje precisava voltar
Trocar o sal das lágrimas
Molhar meus pés no mar
Esquecer minhas lástimas
Lembro-me de quando era eu
O agente de minhas escolhas
Criava histórias ali você nasceu
Num sonho escrito numa folha
E eles surgiam virgens de uma fonte
Inesgotável moldava-os nas canções
Eu era o herói que surgia no horizonte
O cowboy o mocinho em suas ilusões
Mas a fonte seca quando você cresce
Já não acredita com os olhos fechados
Já não acredita de jeito algum floresce
Apenas um ou outro sonho desgarrado
O mar sempre foi ele que me reinventou
E volto então a escrever versos na areia
Para que o oceano saiba que eu ainda sou
Aquele menino que carrega o sal em sua veia
Deus abençoe os que vem do mar
Carlos Correa