Poemas : 

Tumular (45ª Poesia de um Canalha)

 
Peço só um ou dois momentos de silêncio
Em memória dos que restam na memória
Dos esquecidos comuns do ser, ou não ser
Que lembra, qual vidente, novo prenúncio
E exulta o diabo e o outro irmão em glória
Calem-se devagarinho, baixinho sem saber

Sinto a pele esticada a abrir leves rasgos
Nas veias borbulham réstias de saudade
Que te enrolam a língua em falsa mudez
As cicatrizes trocaram-te os olhos vesgos
Que, distraídos, só nos contam a verdade
Ando à deriva neste deserto de estupidez

O carrocel não para de me torcer as entranhas
Que se agarram de unhas e dentes ao vazio
No limbo a que a vida consorte se acostumou
À noite ouço e sinto as coisas mais estranhas
Entre esse teu acenar de cabeça em tom frio
E o lento revirar dos olhos que me subjugou


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
AlexandreCosta
Publicado: 16/11/2024 14:49  Atualizado: 16/11/2024 14:49
Da casa!
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 Re: Tumular (45ª Poesia de um Canalha)
Que jeito daria ter posse de um cremátório...mas não basta queimar fotografias e papeis ou devolver o que já não nos cabe!

Um abraço
Alexandre