No relevo do teu corpo escultural
Traz os cinco oceanos dos sonhos
Quimeras nos líquidos medonhos
Cemitérios de embarcações e sal.
Traz na tez nívea, na cútis acetinada
Arrebóis dos sóis pousando em mares
Na voz traz os mais angelicais cantares
Que chegam juntamente com a alvorada.
No olhar enluarado, penetrante e profundo
Colombo faz descoberta de um novo mundo
O poeta inspiração para os mais belos versos
O físico se contentará com a riqueza de universos.
Os cabelos escuros, aloirados por muitos meses,
Caem em ondas volumosas em praias de espumas
Pelo teu colo largo, de alvas areias brilhantes e nuas,
Cobrindo as omoplatas, cobrindo os seios, por vezes.
Mãos mornas e macias que trazem os dedos rosados
Braços finos que deixam transparecer tuas veias azuis
O conjunto todo é um complexo arquitetônico de luz
Que ferem os meus olhos amantes e molhados.
Se um dia estiver no teu oceano pedindo por socorro
Peço a quem ouvir os meus gritos lancinantes que não
Me joguem uma tábua salvadora ou mande embarcação:
Quando estiver mergulhado em ti, afogo feliz, feliz... Morro!
Gyl Ferrys