Veludosa era a voz que me oferecia pascigo
Quando eu caminhava pelos vales das sombras e da morte...
Quando era negra a madrugada
Quando eu não te tinha aqui comigo...
Quando eu observava a dança do vento com os campos dourados de trigo...
Quando eu era pequeno e observava
O voo da garça em uma lagoa lá perto de casa...
Quando eu era veneno e achava graça no tudo e no nada....
Eu quero e preciso ser e estar
"Tupi or not tupi".
Ser e estar é quebra sequencial
O drible que se dá no natural
Que busca sempre a brusca
Lei que te impede de ser e estar
De ser e estar do seu ser
Do meu ter e não ter que te doar
A não ser que você queira
Ser eterna, etérea e tema
A sereia deste poema
Que espera
Que te espera...
Por isso somos e estamos aqui
"Tupi or not tupi"
Estar e ser são contra as leis que
resultam no caos e na calmaria.
As forças físicas, biológicas e divinas divergem do meu ser do seu estar.
Por isso eu sou quem eu sou.
Por isso eu sou assim.
Por isso eu sou ser e "star".
Não depende de você.
Depende de mim.
Eu rasgo bocas e becos
Rompendo manhãs
Com meu grito de galo
E minhas mãos tecelãs
( Talvez com meu falo)
E divergências cristãs
Este poente macabro
De esperanças vis e vãs...
Por isso não calo.
Pise no meu calo
Se quer vida temporã.
Sou um grito de galo
Sou tecedor de amanhãs.
Gyl Ferrys