Sou a alma em pranto, que chora pela vida,
busca em cada canto a paz tão prometida.
Eu sou a paixão escondendo sua beleza,
cantando a solidão em versos de tristeza,
Sou a roseira murcha, esperando o sol nascer,
sonhando com a chuva, quer voltar a florescer.
Mas não é só uma flor que busca renovação,
a alma dorme em torpor, anseia transformação.
Canta apenas solidão, em versos de tristeza
quer encontrar beleza, plantando sua ilusão
Saudade, na verdade, é a escuridão acesa
Vaga por toda parte, escrava da liberdade
Sou a busca por sentido a me guiar na estrada,
Minha saudade é ruído turvando a vista cansada.
Cada passo o perigo, sem saber quando chegar,
no fundo busco abrigo onde eu possa descansar.
Sou o coração duro no labirinto da existência,
nada mais procuro, pois perdi a minha essência.
Já fui a busca sem fim na falta de um destino,
e de tudo dentro de mim restou só o desatino.
Sou a força a me curar, resistindo a dor sofrida
Seguindo meu caminho, redimindo minha ferida.
Na escuridão a brilhar, incerto e sem direção,
Sangro em cada espinho, em cada aperto de mão.
Souza Cruz