Poemas : 

DIZ ADEUS AO PAPEL E OLÁ A MIM

 
Tags:  surreal  
 


amo a tua inexistência
tanto
que te quero tanto
e enquanto
escrevo-te num vislumbre
fera de papel com asas
a alçar voo
(escapar-te-ás da tinta inventada?)
talvez te decalque num sonho celofane
sobre a deusa perfeita
que guardo sem tempo
talvez te trace a encarnado vivo
linha a linha
de sangue polido
até ver uma árvore
com raíz de âmago pulsante
talvez deixe o sol trespassar-te
até à lucidez ardente
talvez te deixe ao vento
em mosto de canto sereia
e fermentes até à voz mulher
talvez
de onde te vejo
transcendas o poema meticuloso
antes do ponto final
que já me devoram
as reticências


27-10-2024


 
Autor
AlexandreCosta
 
Texto
Data
Leituras
77
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
8 pontos
2
3
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
ZeSilveiraDoBrasil
Publicado: 30/10/2024 13:32  Atualizado: 30/10/2024 13:36
Administrador
Usuário desde: 22/11/2018
Localidade: RIO - Brasil
Mensagens: 2252
 Re: DIZ ADEUS AO PAPEL E OLÁ A MIM
.
.
.
...até hoje ainda me apego à uma pequena caderneta tipo Moleskine onde aprisiono sopros de inspiração, ais e risos. Pouco me entreguei às modernidades ern se tratando do prazer de escrever. Parece que me distanciei do que o prezado poeta quis passar, é que, me sensibilizei com parte do poema que diz:

"...escrevo-te num vislumbre fera de papel com asas a alçar voo (escapar-te-às da tinta inventada?)
talvez te decalque num sonho celofane sobre a deusa perfeita que guardo sem tempo
talvez te trace a encarnado vivo
linha a linha..."


...um escrito de amor sem ponto final!...

Meu abraço caRIOca!

Enviado por Tópico
Paulo-Galvão
Publicado: 30/10/2024 21:44  Atualizado: 30/10/2024 21:44
Usuário desde: 12/12/2011
Localidade: Lagos
Mensagens: 1472
 Re: DIZ ADEUS AO PAPEL E OLÁ A MIM
Olá Alexandre,

Esperamos que continues a decalcar sonhos e feras com asas em papel celofane e a escrever assim.
Gostei do delírio surreal.

Abraço

Paul