Sonetos : 

ÂNSIA

 
Tags:  busca    ânsia  
 


Um quê tão incessante, quanto bruto,
Impassível ao corte do cinzel
Ao desdobre constante vê papel
Num livro a crescer, mas devoluto

E vertem-se as entranhas a granel
P'la busca desalmada; prostituto
Das palavras. vaivém no meu reduto,
Sem orgasmos triunfantes ou de fel...

Será a triste sina da fortuna
Ou será maldição de triste sina
Correr a vida atrás duma lacuna?

Verei, antes da morte, p'la retina,
O oásis a luzir depois da duna,
Ou morrerei da ânsia inquilina?


29-10-2024


 
Autor
AlexandreCosta
 
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Enviado por Tópico
MariaMorena
Publicado: 29/10/2024 17:58  Atualizado: 29/10/2024 17:59
Colaborador
Usuário desde: 07/06/2024
Localidade: Argumentar sem agredir é ser grande.
Mensagens: 512
 Re: ÂNSIA p/AlexandreCosta
.

"ânsia inquilina"

Gostei dessa parte e penso que explica todo o resto, e quando acaba o contrato.
Abraços


Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 29/10/2024 18:06  Atualizado: 29/10/2024 18:06
Membro de honra
Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3362
 Re: ÂNSIA p/U AlexandreCosta
A segunda quadra do soneto dá-lhe alma e corpo, acende-lhe a chama nesse lume de chão, daí em diante é sempre a crescer numa imagem quase infinita.


Enviado por Tópico
Aline Lima
Publicado: 30/10/2024 00:30  Atualizado: 30/10/2024 00:30
Usuário desde: 02/04/2012
Localidade: Brasília- Brasil
Mensagens: 720
 Re: ÂNSIA p/ AlexandreCosta
Olá, Alexandre.
Muito bem construída a sua reflexão sobre o tormento da busca por sentido, onde a ânsia se torna uma companheira constante. A minha também é assim, ocupa um triplex na minha cabeça com contrato vitalício. Gostei do ritmo da elisão de "p'la" nos versos.