Parece-me que tem algo estranho ali
Um deserto nas costas do poeta
Adolescentes com simbolismo
E eles traçam o seu imaginário
Com os olhos eternamente fechados
Não contemplam o que tem no mundo
Percorrem os labirintos oníricos
Que culminam nos jazigos silenciosos.
Dizem por ai que não são presas fáceis
Que escondem a verdadeira face
Dos dementes demoníacos que perambulam
Nas sarjetas escuras das vielas lúgubres
De metrópoles abarrotadas de gente
É onde o garoto descobre a dura verdade
Que para se viver no deserto
Terá que se tornar o senhor absoluto.
Afirmam as más línguas por ai
Que são herdeiros dos tormentos cotidianos
Que vão mudar de opiniões em breve
Quando seus olhares congelarem os momentos
E ouvirem a eterna zombaria da morte
Estão pisando tapetes peçonhentos no chão
Após percorrerem caminhos épicos
E transpirarem na infinita jornada da vida.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense