Poemas : 

Eis que venho

 
Eis que venho



Despido e desavergonhado estou intrinsecamente nas ações,

Aquela fala que ecoa em meio a tantas outras.

Sou a lembrança que vos atravessa enquanto olhas a vida;

Converto-me a sutileza e reforço meu existir pelos olhares,

Cresço e expando enquanto sonham, acordados ou não;


Posso ser como cordel ou papiro, converto as notas do coração em anotações, que às vezes saltam no vazio do papel, ou através olhos, estou sempre transbordando;


Às vezes sou confundido, dissuadido e desastrosamente estipulado, como se houvesse forma de me constatar.


Enganosa essa urgência em me rotular e definir, esquecem que germino em silêncio e jorro quando me apetece, sou tenaz e curvado a certa insubordinação;


Quando me invocam sem existência, pode ser derradeiro o desmoronar, mas acontece. Não fico onde não pertenço, vejo ruir as expectativas proclamadas em meu nome;

Legítimo e versátil, não me movo pela boca, mas pelo coração, meu nome é amor.

 
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Madam'pen
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Enviado por Tópico
MariaMorena
Publicado: 23/10/2024 16:31  Atualizado: 23/10/2024 17:51
Da casa!
Usuário desde: 07/06/2024
Localidade: Argumentar sem agredir é ser grande.
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 Re: Eis que venho p/ Madam'pen
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Muito legal a estrutura, deixou o poema leve apesar de grande.

O amor sem rotular, aquele que não grita com a boca, mas em silêncio se ouve o amor no coração.