Poemas : 

Advento da fúria

 
a sombra calou o poema
o rouxinol louco tremeu e finou
o sangue da mulher era um rio onde a terra aprendia a ler
as vogais dos pássaros atropelados
em trânsito para outras paragens.

que fazer de uma cegonha estropiada numa confusão de asas e penas

senão uns versos órfãos de poema
só para lembrar que houve o voo antigo de perfeição e dentes de leite

 
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gillesdeferre
 
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Enviado por Tópico
AlexandreCosta
Publicado: 22/10/2024 15:43  Atualizado: 22/10/2024 15:43
Da casa!
Usuário desde: 06/05/2024
Localidade: Braga
Mensagens: 368
 Re: Advento da fúria
tudo o que termina de forma prematura deixa sempre um amargo difícil de digerir...

abraço


Enviado por Tópico
antóniobotelho
Publicado: 23/10/2024 08:47  Atualizado: 23/10/2024 08:47
Da casa!
Usuário desde: 13/04/2010
Localidade: Viseu
Mensagens: 432
 Re: Advento da fúria
Caro gillesdeferre,

"A sombra calou o poema" mas não implicou que não fosse escrito! Muito bem.

Continuação de boas escritas,

António Botelho