Há 20 anos atrás na aldeia
Pais e avós estavam contra uma rede
Que corria nos computadores em teia
Pela qual os jovens tinham muita sede
“Vai mas é trabalhar”
Diziam os velhos que passavam
E começaram no isolamento a entrar
Este jovens que na teia se viciavam
Avós não sabiam o que era um rato
Até perceberem que podiam cuscar
A vida do vizinho em frente ao prato
Sem o conforto da casa deixar
E com tanto a vasculhar
Começaram a partilhar também
Porque se os outros têm tão feliz olhar
Há que não se ficar atrás de ninguém
Restam agora céus cheios de fibra
Casas cheias de enclausuradas gentes
Nas ruas vazias já não se gasta libra
Espetáculo de destruição desta mentes
Dornelas, Mini-mesa
António Botelho