Eu costumo deixar uma luz acesa
Um lugar seguro quando eu volto
Puxo a cadeira e me sento à mesa
Acalmo meu coração um mar revolto
Eu costumo deixar uma luz acesa
Para que meus sonhos encontrem
O caminho até mim uma surpresa
Calar as aflições que me consomem
Mas não...
Eu deixei a luz acesa em tantas noites
Tinha medo de que não visse o caminho
Deixei espalhados pela sala uns enfeites
Talvez você percebesse assim meu carinho
E ainda que eu soubesse que não você viria
Eu insistia em deixar a luz acesa mesmo assim
Deixava sobre a toalha azul turquesa uma poesia
Quem sabe iria ler junto aos pássaros no jardim
Mas não...
Naquela noite decidi que deixaria a luz apagada
Fechei os olhos pela primeira vez eu não dormi
Vi os sonhos perdidos minhas aflições exaltadas
Escutei sua voz dizendo que sempre esteve aqui
Eu é que não via...
Levantei-me fui ao interruptor liguei a luz
Ainda deixo a luz acesa minha fé a certeza
Mesmo na escuridão é ela que me conduz
Pela manhã vi seus olhos versos de rara beleza
Obrigado Senhor por nunca apagar as luzes
Carlos Correa