Poemas -> Introspecção : 

A Liberdade nas Veias

 

A liberdade não é apenas um conceito distante ou uma ideia para ser contemplada à distância.

Ela vive, pulsa, ferve. Corre nas nossas veias como um cântico indomável, vibra em cada célula, preenche cada parte do nosso ser com uma energia que não se pode conter.

A liberdade é mais do que um direito, é uma necessidade vital, como o ar que respiramos, como o sangue que nos mantém vivos.

Ela instala-se no corpo como um desejo incessante de expansão, um grito silencioso que pede para ser escutado, para ser vivido.

Quando a sentimos verdadeiramente, ela queima-nos não como um fogo que vinga, mas como uma chama que desperta, que ilumina cada recanto escondido do nosso ser.

A liberdade é febril, e, quando a deixamos fluir sem resistência, ela transforma-nos.

Cada sílaba que pronunciamos, cada palavra que deixamos escapar em sua homenagem, traz consigo uma nova forma de existência.

A liberdade é ritmo, é música, um cântico que vibra em sintonia com o pulsar do universo.

É impossível ficar indiferente ao seu convite, e quanto mais tentamos nomeá-la, mais ela se reinventa, como se cada palavra fosse insuficiente para capturar a grandeza do seu ser.

Degustamos a liberdade em cada gesto, em cada respiração, ela é suave e ao mesmo tempo avassaladora, subtil como o vento, mas forte como a maré que nos empurra para além dos nossos limites.

Não há barreiras que ela não possa romper, e cada vez que nos permitimos manifestar-se, somos convidados a redescobrir-nos.

Soletrar os seus adjetivos é render-se ao seu fluxo. A Liberdade é a possibilidade, a coragem, é o voo que ultrapassa as montanhas e mergulha no desconhecido.

A liberdade é uma dança que ninguém pode coreografar, é o improviso perfeito, a entrega sem reservas e quando nos rendemos a ela, percebemos que não há maior força, maior verdade do que viver com o coração aberto ao que o mundo pode oferecer.

Rendermo-nos à liberdade não é ceder, mas sim abraçar, é permitirmo-nos que ela percorra cada recanto do nosso ser, dissolvendo medos, rompendo correntes invisíveis que nos prendem a ilusões de controle.

E então, quando finalmente nos deixamos levar por esse cântico, sentimos a alma expandir, como se cada nota ecoasse infinitamente dentro de nós.

Por fim, a liberdade não exige nada mais para além da entrega, ela convida-nos a viver, a respirar com profundidade, a sentir a vida em toda a sua intensidade.

E ao rendermo-nos a ela, descobrimos que essa chama, esse cântico que ferve nas veias, sempre esteve ali, à espera para ser ouvido, vivido, e amado.

Alice Vaz de Barros


Alice Vaz De Barros

 
Autor
AliceVazDeBarros
 
Texto
Data
Leituras
60
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
0
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.